um poema para gabriela rocha martins

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-dan griggs


Frescura alvíssima de magnólia e nuvens,
assim és tu, estrela branca, figura esguia,
roteiro de sol,
chama derramada, na fronte algarvia.

Na noite de pérolas, és amendoeira puríssima,
jardim luminoso,
recanto onde voam aves antiquíssimas,
entre as pedras, o limbo,
as águas mouras, as águas cintilantes,
as águas de Abril.

Porque te conheci, um dia, no teu país
de brisas doces,
é que repenso o agora, o antes, o sempre,
coloco um candelabro sobre a mesa,
escuto este lugar onde o arvoredo brama
e a palavra brilha, nas clareiras do espaço,
no espaço entre o tempo,
em que a poesia é ramo e raiz,

na lua clara de preciosas sementes.


Maria do Sameiro Barroso
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