trinta dinheiros

faço parte de um todo
que não escreve em vão
talvez seja a única certeza que tenho
sou o verso de um poema convocado
pela tentação dos deuses
a um encontro final
a outra parte submerge
algures no universo das folhas caducas
onde cada um de nós é a pata de uma aranha secular
fazendo da palavra a teia
onde se inserem as constelações/poemas
as páginas/sonhos
as armas/revoluções
os cães democratas e
o riso aberto das noites
capazes de passar incólumes
à memória absurda dos especialistas
de portas escancaradas à compra

trinta dinheiros - é comprar!

vomito

somos
-os alquimistas que se ousam
em pontos finais e vírgulas
em lombadas de livros
em palavras e páginas azuis e

cujas gargalhadas não constam de acordos

-crianças velhas que
exigem palavras novas ou
loucos insurrectos prenhes de poemas virgens

revista sulscrito ,nº 3