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INSÓLITO ASSOMO
Ser o mar, o que agora lambe a tua mão,
que se balança no arco de teu braço;
tocar dócil os teus dedos, levar-me
para dentro dos teus ciprestes dourados.
Não há desgosto, nenhum motivo, é um pretexto,
uma provocação, quero ser o mar
sobre a rocha que mais perto estivesse de ti,
para cobrir-me de chuva com sabor a baixel
e cair sobre os teus risos que acorrem ao seu abrigo.
Poder sentir-te uma vez mais, como outrora,
quando nas nossas bocas nos exilávamos, muito ocultos;
regressar à insónia do desejo,
morada de suspiros, muito juntos.
E se o teu passeio esculpido
pelo meu tacto salobre se retirasse,
claro está, de brisa
me vestiria para ir preso
à tua mão, e o meu corpo, então,
etéreo, em silêncio, à saga dos teus dias,
de modo algum suscitasse dúvidas
sobre quem te acompanhava, nunca.
traducido al portugués por la Embaixada de Portugal em Madrid (Asuntos Culturales)
poema dito por mim e que incorpora o poemário ( livro e CD ) do poeta catalão Juan Carlos García Hoyuelos .editado em 2011 ,em Burgos
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