Colectânea "Cartas"








Caros Participantes e Amigos,


Partilhamos a capa da Colectânea "Cartas", um livro com 264 páginas, resultado de uma participação de 122 autores. Esta obra terá um preço de venda (P.V.P.) de 16,00 Euros.

Assim quem quiser poderá desde já fazer a sua pré-reserva através de envio de e-mail com a morada para onde pretenderem que o livro seja enviado.

Aguardamos a presença de todos no lançamento, a ocorrer no dia 31 de Maio d 2014, no Hotel Real Palácio, em Lisboa, pelas 15,00 horas, onde trocaremos sorrisos e partilharemos: CARTAS.

A LUA sorri.



apresentação da Colectânea "Cartas" ,da Editora Lua de Marfim







1ª epístola aos hereges .-Sátyros


meu amigo nunca lhe aconteceu sentir na sua cabeça um enorme vazio? tê-la ( a cabeça claro! ) como um profundo buraco a ser preenchido por ideias frases imagens - conexas e desconexas - de pessoas que ora admira ora não como se o dito buraco precisasse de algo que o levasse a acreditar? 
- ensandeceu pensará ... -
nunca estive tão lúcida acredite! 
careço neste momento de pensar .... 
que absurdo! 
como fazê-lo se a minha cabeça é um buraco vazio? 
comecemos pelo buraco se dele falo é porque penso nele .se penso no buraco é porque o buraco existe .e se este existe também existem outros buracos e se existem outros buracos também existem outros eus pensemos nos eus traduzidos em outros não meu amigo .a ordem dos factores não é arbitrária .pensar primeiro no eu é tão pobre quanto imaginarmo-nos sós no universo .pensá-lo é já de si um perpétuo vazio .comecemos por dar primazia aos outros .não por uma questão de boa educação antes pela necessidade dos outros para sermos nós ... como vê não há nada de altruísmo nesta [des]construção preciso do outro para ser eu .uma inveterada predadora repare não fui eu que inventei as palavras .uso-as porque alguém que me precedeu entregou-mas .como me mostrou as imagens e deu-me a conhecer o feio e o belo .para além de predadora sou ainda uma inveterada plagiadora que [ infelizmente ] não se reconhece como tal 
... divina ... a minha ausência de escrúpulos! 

agora sim pode afirmar que ensandeci....
 ( ....irresistível o buraco em que me meti! )




2ª epístola a um herege


hoje decido-me pela não abertura da carta .fazê-lo seria confundir um desejo muito forte de não presença com a necessidade de dizer sim ao pessimismo que assiste-me qual anátema de algo que não desejo ler .muito menos antever .sei que o meu córtex cerebral esquerdo riscou relações com o direito impossibilitando que o ninho dos pássaros azuis brancos ou de plumagem vária se confunda com o endereço inscrito do mesmo modo que não me imagino abrindo e fechando envelopes como uma mera máquina trituradora de usados papéis .gostaria de apostar um selo sob as letras imaginadas em desvario porquanto lambidas demais mas decido-me pela não leitura porque fazê-lo seria assumir-me como a meretriz do verbo .o assassino da escrita ou o chulo da palavra que se balda no parágrafo seguinte



3ª epístola a um herege


agora sou eu que escrevo com uma folha branca na mão e um cravo encarnado sobre a secretária não vá ser necessário riscar o verbo na primeira pessoa - és tu que falas – dizes-me do outro lado da página como se necessário fosse uma voz de comando em dia de celebrações .à parte o som dos disparos não disparados que me assola o corpo teria quase a certeza que a história é um hipotético ponto de coincidência entre o casuístico e o imprevisto - livre arbítrio – dirão os senhores dos manuais aos quais disponho a minha desagradada falta de vontade pelo formal quando os vejo sobrevoando um território de palavras ocas e desprovidas de qualquer significado inseridas num estado de permanente esquizofrenia de que me desassocio não vá o diabo tecê-las .um ruído contínuo torna-se cada vez mais nítido e a deslocação dos corpos provoca no meu campo visual um atrofismo de sentidos - emparveceste – dizes-me escondido por detrás de uma sílaba ou disfarçado num claustro de inverosímeis verdades onde a ignomínia dos senhores da selva que tão convictos dos seus super EUS falam uma linguagem muda só entendível pelos iguais ( enquanto ) nós - tu e eu - entregues à metamorfose errática dos seres tornamo-nos voragens ou números finitos que em flashes sobrepostos vamos consentindo o roubo do tempo dos ideais dos sonhos e aos loucos consentimos o esvaziamento das memórias .rebanho caído na terra habitamos a farsa o erro a corrupção e - sabendo porquê – adoçamos o ninho de víboras que alimenta a desumanização 

a partir de hoje - porém - não contes mais comigo .demiti o silêncio



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sendo eu uma das autoras da referida Colectânea gostaria imenso de ter comigo ( ou sem mim ,caso não possa estar presente ,o que duvido! ) os meus Amigos e todos os amantes da Escrita ,no dia da apresentação da Colectânea 

em breve ,e segundo informação da Lua de Marfim ,será indicado o preço do livro e o email através do qual poderão ser feitas pré-reservas
a  Editora também se coloca ao dispôr  de todos para quaisquer esclarecimentos tidos como pertinentes.


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Com os melhores cumprimentos,
Lua de Marfim Editora, Lda.
Dep. de Antologias / Colectâneas / Passatempos
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