II - sabe a rio o galopar do silêncio
ternos abraços lançam-se sob a nudez
do crepúsculo
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crus são os brados
.másculos e ambarinos os cantos dos
alaúdes .as garças sublevam-se e
no horizonte
alaúdes .as garças sublevam-se e
no horizonte
traçam-se matizes de batalhas outras
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há mel e tranças no teu corpo mouro
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há mel e tranças no teu corpo mouro
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como frágeis donzelas são de teu nome
volteios bravios que à noite recolhem
em
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volteios bravios que à noite recolhem
em
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sílabas perfeitas do meu evocar
a sul .espadas que o vento consente
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em Al-Xaradjib
silêncio maior
onde se esconde o Levante
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I - Arade – um corpo aberto à Poesia
a minha cidade tem um rio
onde as tardes namoram os cais
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não é triste nem alegre o rio
da minha cidade
inscrito num corpo poema
o rio da minha cidade
canta o levante em versos de Al-Mutamid e
o crescente esmorece em crepúsculo
enfeitiçado por Ibn Ammar
[ há ecos de lirismo febril no
rio da minha cidade ]
o rio da minha cidade matiza desejos
ao anoitecer quando as donzelas enfeitadas
de subtis adornos dançam ao som dos
alaúdes e os seus corpos talismãs descansam
enamorados na volúpia de um olhar fugidio
de subtis adornos dançam ao som dos
alaúdes e os seus corpos talismãs descansam
enamorados na volúpia de um olhar fugidio
[ o rio da minha cidade rememora Allah e o
Palácio das Varandas ]
Palácio das Varandas ]
nas margens do rio da minha cidade
os amantes embriagados bebem o néctar
da bravura mas gráceis e sedutores colhemem
ternos versos os frutos ambivalentes do amor
da bravura mas gráceis e sedutores colhemem
ternos versos os frutos ambivalentes do amor
[ o rio da minha cidade ainda hoje
é um eco aberto à Poesia ]