sexto-sentido
acendo os sentidos para no declínio das noites
decidir se hei-he restringir-me ao racional ou antes deixar que as emoções de.calquem
incêndios no meu corpo .rendo-me ao in.verosímil e no retardo da intuição que
atenho entre um deus menos Eu e um Outro mais cavo dissuado a tenção no primado da razão .a-fora
qualquer risco florescem intuitos na ternura e eu adormeço antes que a
vertigem me conduza a um lugar de
nenhures .o original do sonho passa-me ao largo .há um sexto-sentido que me des.inquieta
.vago .como a mundícia que intui o a-braço do futuro
rendo-me ao des.lacrar
da vigia
porque insisto no
sexto-sentido?
desabrigada passo à homologação do esmo na as.simetria
dos passos .detenho-me híbrida entre o irradiante e o mortífero antes de me
devolver à condição de profeta dos sentidos .veneno de águia ou sopro de falcão
busco nas cinzas um sentido para as coisas visíveis .assim o reino das emoções
não acesas .um canteiro de horas mortas acessa-me a porta aos sentidos mais
apagados e tudo se des.faz no minuto seguinte .curvam-se os anseios porque é
chegada a hora dos lobos .o tempo pára .da porta do Inferno Lucifer des.engana
qualquer mortal como se a intuição de mal-querer lhe lapidasse a voz
.submeto-me à visita e espero .feroz .in.visível no espelho do espanto
há um sexto sentido que
me en.cobre
Gabriela
Rocha Martins,
Maio
de 2016